Matéria de Cinema – Texto publicado originalmente em A ARCA, em 08/06/2005.
Todo mundo está careca de saber que o excelentíssimo senhor Joel Schumacher fez a gentileza de zombar da cara do glorioso e atromentado Batman nos cinemas, com aqueles dois trágicos longas-metragens cheios de luzes, cores, plumas, neon e mamilos salientes (!). Até então, beleza. Só que Schumacher não foi o único. Antes disso, mais exatamente em 1966 – 29 anos à frente do terrível ano de 1995, ano de estréia de Batman Eternamente -, um certo produtor de televisão chamado William Dozier também sacaneou o Homem-Morcego ao dar a partida em Batman & Robin, seriado que durou 120 episódios. A diferença entre Dozier e Schumacher é que o primeiro conseguiu o que o segundo jamais conseguirá: gerou um clássico. Hooray! :-D
E de onde surgiu a idéia de um herói ultra-colorido, “barrigudinho” e um fiel ajudante muito… suspeito? O lance veio meio que por acaso. Nos anos 60, a televisão ainda não contava com seriados tão sérios como hoje em dia. Para fazer sucesso, precisava ser um folhetim de ação e aventura, como Perdidos no Espaço e Jornada nas Estrelas, ou então uma comédia para toda a família, como o tenebroso Os Monkees. No início da década sessentista, a rede americana ABC mostrou interesse em trabalhar um seriado protagonizado por um super-herói. A proposta dos executivos da emissora era criar uma série movimentada e ao mesmo tempo cômica, que pudesse atrair tanto crianças quanto adultos.
A idéia de transformar Batman no personagem central de um folhetim surgiu por diversos fatores: William Dozier e seu co-produtor Howie Horvitz queriam um herói popular nos gibis, para que o programa conquistasse esta fatia de público não tão acostumada às “maravilhas” da “caixa de imagens” (os nerds da época). Em 1966, a televisão em cores era uma novidade ainda ausente em alguns lares americanos, e a ideia do programa era justamente explorar este avanço tecnológico para impulsionar a venda do aparato – ideia que caiu como uma luva para os produtores, visto que a proposta consistia em transformar Batman, a série, numa versão fiel da estrutura dos gibis para a TV, como se o seriado fosse nada mais do que uma HQ em movimento. Tudo neste novo programa precisava ser exageradamente tosco.
E por que justo o nosso querido vigilante mascarado? Porque, dentre vários, o personagem era aquele com o custo de direitos autorais mais baixo, portanto, o mais viável financeiramente falando. :-D
Então, o seriado estreou em 12 de Janeiro de 1966, com dois capítulos por semana (geralmente às quartas e quintas-feiras), produzido pela ABC em parceria com a 20th Century Fox e estrelado pelos desconhecidos Adam West e Burt Ward como Batman e Robin, o menino-prodígio, respectivamente. Enquanto o primeiro, um desconhecido ator profissional, era a primeira escolha de Dozier para o papel, o segundo, um mero estudante com conhecimento em dramaturgia zero, foi escolhido por suas habilidades como lutador de artes marciais e também pela incrível semelhança com o Robin dos quadrinhos.
A estrutura de Batman era mais do que simples: Batman e Robin estavam sempre prontos para livrar Gotham City de seus vilões malucos, que geralmente revezavam-se nos episódios. Ao final do primeiro capítulo da semana, os dois sempre acabavam em alguma mirabolante armadilha do meliante da vez e, tentando escapar, surgia a narração do próprio Dozier: “Será que este é o fim de nossos heróis?”. Tudo isto era apenas um gancho para, no início do capítulo seguinte, a dupla dinâmica conseguir se safar no último segundo.
Se por um lado os mocinhos eram ilustres desconhecidos, a galeria de vilões era composta de atores consagradíssimos no cinema. Não à toa, os bandidos que eram a verdadeira alma de Batman, fundamentais para o sucesso da série; se comparados a eles, os heróis não tinham um traço de carisma. Atores e atrizes, visando popularidade entre o público ianque, disputavam uma participação no seriado a tapa, o que fez com que a Fox gerasse um sem fim de hilários personagens coadjuvantes. Gente do porte de Jerry Lewis, Vincent Price e até mesmo o mestre Bruce Lee já deram as caras na Gotham City dos anos 60.
Pouco antes da estréia do seriado, a tensão era grande, visto que Batman, ao ser exibido para um reduzido círculo de “cobaias”, recebeu a pior avaliação de teste de audiência até então. Na verdade, a série só foi ao ar porque muito dinheiro tinha sido investido nela. Ironicamente, Batman estourou de uma maneira inesperada na telinha, tornando-se uma das dez maiores audiências em 1966, mantendo-se no ar por três anos e sendo repetido à exaustão até hoje. Só pra se ter uma idéia, em suas primeiras semanas, de cada 100 televisores dos States, pelo menos 49 sintonizavam o programa do Homem-Morcego. Quase tão popular quanto os paredões dos Big Brothers da vida… :-P
Mas nem tudo eram flores na vida do vigilante mascarado. A série enfrentou graves problemas: boa parte dos fãs de HQs inicialmente torceram o nariz e acusaram a ABC de suavizar o conteúdo do gibi, tornando-o kitsch demais e com doses cavalares do “politicamente correto” que decididamente não fazia parte da HQ. Tanto que, depois do cancelamento do seriado, as revistas adotaram uma estética dark e muito macabra para o personagem, na tentativa de apagar a imagem “feliz” do paladino das telinhas.
Outro problema envolvia a convivência entre Adam West e Burt Ward. West, notório por sua arrogância, não suportava o sucesso que Ward fazia entre as adolescentes, e muitas vezes atropelava o garoto nos diálogos, interrompendo suas falas. West tinha também a mania de falar pausadamente, para ficar mais tempo em cena. Ward, por sua vez, corria em suas falas para tentar não ser cortado. O mais ridículo é que estas cenas sempre iam ao ar, já que a política da Fox era economizar. Logo, as sequências com falhas jamais eram refeitas. Mais ou menos nesta época, Ward gerou mais dores-de-cabeça ao estúdio quando resolveu reivindicar um salário maior (seu cachê era o mais baixo de toda a equipe).
Os gastos da produção também eram preocupantes. Batman foi até então o seriado de maior custo da televisão; seus episódios chegavam freqüentemente ao valor de US$ 75 mil, um absurdo na época. Por maior que fosse o ibope do programa, este valor nunca se pagava. Boa parte desta grana era investida nos magníficos cenários da série: só a batcaverna era recheada de elementos ultra-modernos, além do famoso “estacionamento circular” do batmóvel, que facilitava bastante na hora de atender algum chamado do Comissário Gordon e do Chefe O’Hara – afinal, o cara não podia perder tempo fazendo balisa! O batmóvel, aliás, tinha cinco réplicas idênticas de reserva. Sem contar o batcóptero, a batmoto (com um providencial sidecar para o Menino-Prodígio), a batlancha, os bat-trecos personalizados… Nada disto poderia faltar.
A maior pedra no sapato de Batman, contudo, é a tal suposta homossexualidade dos dois, ahn, “parceiros”. A suspeita de que o Homem-Morcego e o Menino Prodígio eram mais do que apenas “bons amigos” até conseguia ser disfarçada nos gibis, mas ganhou um impulso aterrador com a atmosfera colorida da série. Para amenizar a situação, os produtores inseriram personagens inexistentes no universo das HQs, como a infame Tia Harriett, e geraram interesses românticos para o herói, como a Mulher-Gato – descartada por ser uma vilã, logo, um péssimo exemplo para a sociedade puritana dos States. De nada adiantou, porque a reputação dos dois ficou manchada do mesmo jeito.
Pra tirar de uma vez a noite de sono dos executivos da Fox, a censura da época atazanou os produtores por conta de um detalhe no mínimo bizarro: o volume na sunga do Robin (esta é a parte em que eu tento conter os risos). O que acontece: diz a lenda que Burt Ward era um sujeito, digamos, “avantajado” (!), e a sunga não conseguia disfarçar este “pequeno” detalhe. Mesmo com duas sungas, o volume ainda estava lá. O estúdio chegou ao cúmulo de enviar Burt Ward a um médico “especializado”, para que pudesse tomar pílulas para diminuir o tamanho dos órgãos genitais (!!!). Para que os censores não incomodassem mais, a Fox decidiu filmar Robin somente em plano americano, ou seja, da cintura para cima… Pois é, naquele tempo não tinha CGI para apagar, er, o lance todo. :-P
Todos os percalços não impediram que Batman construísse uma sólida e bem-sucedida carreira em termos de público na TV. A glória do seriado só começou a cair entre o final de 1967 e o início de 1968, quando os espectadores inexplicavelmente perderam o interesse nas aventuras do Homem-Morcego. A duração dos episódios, de 50 minutos, foi cortada pela metade. A direção do seriado chegou até a acrescentar mais uma integrante ao batgrupo, a valente Batgirl (com a intenção de atrair a parcela masculina), mas nem a garota, interpretada por Yvonne Craig, conseguiu salvar o programa do marasmo total.
A série foi cancelada de vez em Maio de 68, quando a Fox acatou à decisão de interromper a produção de novos capítulos para reprisar os primeiros episódios, na tentativa de obter algum lucro em cima do investimento. Nem mesmo o lançamento do longa-metragem Batman & Robin: a Dupla Dinâmica, de 1966, dirigido por Leslie H. Martinson e protagonizado pelos mesmos atores do seriado, conseguiu reconquistar a audiência.
Falhas, problemas, exageros e tosqueiras à parte, ninguém pode negar que Batman entrou para a história como um marco da televisão e da juventude de muita gente. Afinal, aqueles que puderam acompanhar o seriado na transmissão original ou em suas reprises jamais conseguirão esquecer a maravilhosa música-tema composta por Neal Hefti, ou as hilariantes onomatopéias que surgiam na telinha quando Batman e Robin partiam para a pancadaria com os capangas dos vilões – SMASH! POW! BIFF! SOC! POOF! CRASH! BOING! UFFF! ZAPP! KAPOW! -, ou o simples mas funcional chavão do Menino Prodígio – santa tolice, Batman! – ou até mesmo a narração final, quando aquela voz estridente anunciava “não perca mais um bat-capítulo, neste mesmo bat-horário, neste mesmo bat-canal!”. Alegre, politicamente correto e visualmente colorido e bizarro demais? Sim, pode ser. Mas sou obrigado a dizer que, por mais que esteja realmente muito empolgado com a chegada do Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan, não troco as bat-aventuras bat-inocentes e bat-bobinhas do Batman gordinho de 1966 por nada. :-D
A GALERIA DOS MOCINHOS
Bruce Wayne/Batman (Adam West) era o cúmulo do “bom-mocismo”. Correto até a medula-óssea, coisas como matar um vilão jamais passaria pela sua cabeça. Adam West, hoje com 77 anos, trabalhou bastante depois do seriado, mas em filmes para a TV. Participou como ele mesmo de um telefilme inspirado nos bastidores do programa, De Volta à Batcaverna, ao lado de Burt Ward, em 2003. Ainda aparece em algumas pontas em filmes, e atualmente dubla um personagem na série animada The Batman, além de ter um papel na esperada animação Chicken Little.
Dick Grayson/Robin (Burt Ward) foi adotado pelo playboy Bruce Wayne e se tornou motivo de chacota. Só servia mesmo pra se meter em encrencas, e não fazia muito além de atrapalhar, mesmo que sem querer, os affairs de Bruce com a Mulher-Gato. Burt Ward tem 60 anos e não atuou muito depois da série. Em 1977, participou com Adam West do telefilme Legends of Super Heroes, inédito por aqui. Atualmente é dono de uma pequena imobiliária, e ainda participa de um trabalho ou outro no cinema. Não fez nada significativo como ator além de Robin.
Barbara Gordon/Batgirl (Yvonne Craig) surgiu para elevar a audiência do seriado, coisa que não aconteceu. A bibliotecária Barbara Gordon, filha do comissário Gordon, tinha um esconderijo secreto atrás de sua própria penteadeira, de onde saía como Batgirl em sua bat-lambreta (é sério!), para dar uma ajudinha aos dois paladinos da justiça quando a coisa apertava… Yvonne Craig, com 68 anos, quase não atuou depois do seriado. É presença constante em convenções do Batman.
Alfred Pennyworth (Alan Napier), fiel mordomo de Bruce Wayne, era o único que conhecia a verdadeira identidade de Batman e Robin. E também da Batgirl, coisa que nem o Homem-Morcego sabia – o que prova que Alfred era realmente o homem digno de confiança que Bruce tanto alardeava. O personagem, morto nos gibis na época do lançamento do seriado, foi ressuscitado nas HQs devido ao sucesso de seu intérprete. Nascido em 1903, o inglês Alan Napier atuou em mais de 40 séries de TV e cerca de 95 filmes desde 1930. Faleceu em Agosto de 1988, um ano antes da estréia do Batman de Tim Burton.
Tia Harriett Cooper (Madge Blake) não existia nas HQs, e foi incorporada ao seriado para quebrar um pouco do falatório envolvendo a, er, “união” do morcegão com Robin. Ao contrário de Alfred, Harriett, tia de Dick Grayson, jamais desconfiou da identidade secreta da dupla. Madge Blake nasceu em 1899 e faleceu em 1969, pouco antes de completar 70 anos, de ataque do coração. Sua saúde debilitada a afastou do seriado em 1967. Blake era uma conhecida comediante dos anos 50, tendo atuado inclusive no clássico musical Cantando na Chuva, de Gene Kelly e Stanley Donen.
Comissário James Gordon (Neil Hamilton) tinha uma única função em Batman: acionar o herói em qualquer emergência, através do bat-sinal, o que era raríssimo, ou pelo bat-fone. Gordon nunca corria atrás dos bandidos! Neil Hamilton, também nascido em 1899, era um veterano do cinema mudo, e integrou o elenco de obras-primas como Beau Geste e O Grande Gatsby. A série representou um de seus últimos trabalhos, e reza a lenda que o ator levava seu papel tão a sério que saía na mão com qualquer um que afirmasse que Batman era “uma série cômica”. Ué, mas não era? Hamilton faleceu em 1984.
Chefe O’Hara (Stafford Repp) era dono de uma função ainda mais “importante” que o Comissário Gordon. Seu trabalho consistia em ficar parado, em pé, ao lado do Comissário, pra fazer comentários engraçadinhos e aleatórios quando Batman surgia no recinto. Especialista em séries de televisão, o semi-desconhecido Stafford Repp fazia praticamente o mesmo papel em todas elas: o alívio cômico. Nasceu em 1918 e morreu em 1974.
OS VILÕES ESPECIALMENTE CONVIDADOS
Coringa/The Joker (Cesar Romero) deu as caras em 19 episódios da série. Romero (1907-1994), filho de cubanos, ganhou fama na Hollywood dos anos 30 e 40 interpretando latin lovers, e atuou em mais de 110 filmes, dentre eles a primeira versão de Onze Homens e um Segredo. A única exigência de Romero ao participar do seriado era que ninguém ousasse fazê-lo raspar seu conceituado bigode, conhecido como sua marca registrada. A maquiagem até tenta cobrir, mas em certos momentos não consegue… :-D
Pingüim/The Pengüin (Burgess Meredith) atazanou o Batman em 20 episódios. A risada maquiavélica e o tom de voz do personagem era nada mais do que a resposta natural de Meredith ao cigarro: Pingüim fumava praticamente o tempo todo, e Meredith era não-fumante. O ator, nascido em 1907 e falecido em 1997, é um dos nomes mais festejados do cinema dos anos 50 e 60, e deu as caras em muitas produções de sucesso. Atuou em mais de 100 longas e seriados, e é dono de duas indicações ao Oscar, em 75 e 76 – esta última, por Rocky, um Lutador. Meredith, que foi casado com Paulette Goddard (ex-esposa de Charles Chaplin), era a segunda escolha para o papel de Pingüim. A primeira, Spencer Tracy, só aceitaria o papel caso o Pingüim assassinasse o Batman no final da série!
Mulher-Gato/Catwoman (Julie Newmar) apareceu em 13 episódios no corpo desta atriz. A personagem também apareceu como Eartha Kitt (a primeira Mulher-Gato negra da história, em 3 capítulos) e Lee Meriwether (no longa-metragem). A ladra felina não era tãããão vilã assim, e preocupava-se muito mais em tentar dar um créu no Homem-Morcego. Ele até cedia algumas vezes, porém Robin sempre aparecia para atrapalhar tudo… Newmar, atualmente com 72 anos, não realizou nenhum trabalho tão significativo quanto Batman, mas a série já foi o suficiente para transformá-la num ícone dos anos 60, especialmente entre os gays. Tanto que ganhou uma homenagem na comédia Para Wong Foo, Obrigada por Tudo! Julie Newmar, com Patrick Swayze, John Leguizamo e Wesley Snipes interpretando drag-queens.
Charada/The Riddler (Frank Gorshin) marcou presença em 10 episódios. O meliante, que foi vivido apenas duas vezes por John Astin (graças a Deus), tinha como objetivo derrotar o Morcegão com suas charadas infames, sempre sem sucesso. Gorshin, nascido em 1933 e falecido recentemente, construiu uma sólida carreira em filmes independentes, chegando até a trabalhar com o conceituadíssimo cineasta Guy Maddin. A última aparicão importante do ator foi no ótimo Os 12 Macacos, do insano ex-Monty Python Terry Gilliam.
O Cabeça de Ovo/Egghead (Vincent Price), que apareceu em 7 capítulos, não tinha um passado definido, acho. E só deve ser lembrado mesmo por ter sido interpretado pelo grande Vincent Price (1911-1993), gênio que dispensa maiores comentários) que, por sinal, odiava ter que usar a maquiagem do bandidão. Ou você confiaria num vilão cuja única característica é usar uma variedade de armas, bombas e armadilhas feitas com ovos? :-P
Rei Tut/King Tut (Victor Buono) deu as caras em 10 episódios da série. Tut era um professor universitário de arqueologia, que sofreu um acidente e perdeu a memória. Com isso, passou a acreditar que era um antigo rei egípcio. Victor Buono (1938-1982) fez muito sucesso em Hollywood nos anos 50, e deu vida a um papel chave do longa-metragem dramático quase de horror O Que Terá Acontecido a Baby Jane?. Vale lembrar que o Rei Tut seria originalmente interpretado por ninguém menos que o carecão ferradaço Yul Brynner, de Westworld: Onde Ninguém Tem Alma.
Sr. Frio/Mr. Freeze (George Sanders, Eli Wallach e Otto Preminger) queria congelar Gotham City de qualquer maneira. Para isto, contou com três atores diferentes: George Sanders (em 2 capítulos), Eli Wallach (2 vezes também) e o cineasta Otto Preminger (2 episódios). Este último, assim como o saudoso Richard Harris em Harry Potter, só topou participar da brincadeira pra fazer um agradinho às netas…
OUTROS VILÕES MENORES ESPECIALMENTE CONVIDADOS
O Chapeleiro Louco/Mad Hatter (David Wayne) • O Menestrel/The Minstrel (Van Johnson) • O Arqueiro/The Archer (Art Carney) • Minerva (Zsa Zsa Gabor) • Louie, o Lilás/Louie the Lilac (Milton Berle) • O Rei Relógio/Clock King (Walter Slezak) • A Viúva Negra/Black Widow (Tallulah Bankhead) • Márcia, a Rainha dos Diamantes/Marsha (Carolyn Jones) • Zelda, a mágica (Anne Baxter) • Olga, a Rainha dos Cossacos (Anne Baxter também).
CURIOSIDADES:
• Dizem que Bob Kane não gostou nada do resultado do seriado. Mas ficou de bico calado pois, gostando ou não do que os produtores da Fox e da ABC fizeram com o Homem-Morcego, a série elevou consideravelmente a venda dos gibis do herói.
• A grande maioria dos astros de cinema e TV da época ansiavam por uma participação em Batman. Como não haviam tantos vilões assim para encaixar os atores e atrizes, a solução foi colocá-los como eles mesmos em pequenas pontas. Exemplo: sempre que Batman e Robin precisavam subir em algum prédio, nunca usavam portas, escadas ou elevadores. A dupla dinâmica laçava a bat-corda no topo do edifício, para poder escalá-lo (!). Durante a escalada, uma janela do prédio sempre se abria e um astro hollywodiano dava um alôzinho aos dois…
• No seriado, os vilões raramente se cruzavam. Já no longa-metragem, o roteirista Lorenzo Semple Jr. decidiu unir num único plano os quatro mais importantes arqui-inimigos do vigilante noturno: Coringa, Mulher-Gato, Charada e Pingüim. Este último era o personagem mais popular de toda a série; tanto que os produtores sempre tinham um roteiro pronto para o Pingüim, caso Burgess Meredith estivesse ocasionalmente em Los Angeles e tivesse um tempinho para filmar.
• A gargalhada maníaca de Frank Gorshin no seriado foi copiada do personagem Tommy Udo, interpretado pelo aterrorizante Richard Widmark no clássico noir O Beijo da Morte, de 1947. Este mesmo filme ganhou uma refilmagem em 1995, com Nicolas Cage e Samuel L. Jackson.
• A clássica cena em que o Batmóvel sai da batcaverna à toda (que, por sinal, era sempre a mesma cena, por mais que fosse exaustivamente usada) foi filmada numa caverna em Hollywood Hills, com o carro a menos de 15km/h. Isto, porque a largura da saída da batcaverna era muito estreita, e havia o sério risco de o carro sair danificado. A seqüência foi rodada em câmera lenta e acelerada na sala de montagem para causar o efeito que vemos na tela.
• A frase “Santa (…)”, proferida por Robin, ganhou exatamente 352 variações durante toda a série. 84 foi o número total de onomatopéias usadas nas cenas de luta.
• O Batmóvel não tinha cintos de segurança. Sim, os censores encrencaram com isso. Os produtores escaparam do crivo da organização, depois de alegar que Batman e Robin colocavam os cintos rapidamente assim que “pulavam” para dentro do carro. Segundo a produção, a tal cena existia, mas ficou na sala de montagem. Nossa. Além de puritanos e hipócritas, os censores ainda eram burros.
• Eu tenho medo do Cabeça de Ovo.
BATMAN: O SERIADO DOS ANOS 60
Matéria publicada originalmente em A ARCA, em 08/06/2005
Complemento do especial para a estréia do longa-metragem BATMAN BEGINS.