Matéria de Cinema – Texto publicado originalmente em A ARCA, em 25/07/2005.
Se você quiser encontrar aquele seu amigo fã de quadrinhos nesta sexta-feira, ou qualquer outro mortal que goste um mínimo de gibis, a única solução será correr ao cinema mais próximo. Claro! Afinal, estamos falando da esperadíssima sexta-feira da estréia de Sin City – A Cidade do Pecado em solo tupiniquim! Depois de tanto tempo de espera, depois de tanto tempo sofrendo com as ótimas críticas lá fora, depois de tanto tempo de incertezas acerca de seu lançamento por aqui, finalmente nós, meros brazucas, poderemos conferir esta belezinha em tela grande.
Mas as salas de projeção não deverão estar lotadas somente de adoradores da saga de Frank Miller e de HQs em geral: a parcela cult e boa parte de cinéfilos também poderão marcar presença, embora seja difícil encontrar alguém que goste tanto de filmes nerd quanto de filmes cult (salvo uma exceção chamada Zarko). O fato é que Sin City não é somente uma adaptação de um gibi: é também uma pusta de uma homenagem ao saudosíssimo cinema noir.
Quem não sabe o que diabos este termo significa, ou quem pensa que isto foi apenas um erro de digitação (!), não precisa se preocupar, pois eu explico: o cinema noir (favor pronunciar NOÁR) é um dos mais populares e adorados gêneros cinematográficos do passado, mais exatamente dos anos 30 até os 50. Traduzindo literalmente, o termo, criado por críticos franceses para denominar fitas policiais, significa “novela escura”. Como o próprio nome diz, a principal característica dos exemplares desta categoria envolvem a exploração do lado sinistro do duelo mocinho vs. bandido.
Até os idos de 1930, os longas-metragens policiais eram bem claros: o mocinho era bondoso e puro; o bandido era o estereótipo máximo da vilania, o que o tornava muitas vezes risível. O noir procurava dissecar o lado psicológico deste embate; nos filmes noir, integridade era uma palavra inexistente, ou seja, o bom poderia ser tão corrupto, sinistro e dissimulado quanto o mal. Às vezes, até mais. O objetivo do gênero era explorar o filão policial através de seu lado mais complicado: o psíquico.
Segundo muitos críticos, o primeiro longa genuinamente noir é Quem Matou Vicki? (I Wake Up Screaming, 1942), dirigido por H. Bruce Humberstone, que narra o empenho de um sádico policial (Laird Cregar) em aterrorizar os personagens de Victor Mature e Betty Grable, supostos suspeitos de um assassinato. Embora a narrativa pareça estar focada na investigação do tal crime, o centro nervoso da produção é o pesadelo psicológico construído pelo perigoso policial, que abusa de sua autoridade para satisfazer desejos pessoais, e que serve de armadilha para os dois suspeitos. Quem Matou Vicki? ditou a mais importante regra dos filmes noir: a lei nunca é indiscutivelmente confiável, e pode muito bem surtir o efeito contrário ao que deveria (o tal “proteger e servir”). Se ótimas películas de hoje como Seven e Jogos Mortais existem, a culpa é de Quem Matou Vicki?.
Obviamente, para fazer parte desta ilustre categoria do cinema dos anos 30-40-50, era necessário seguir algumas regras. Se você está na década de 40 e quer rodar um autêntico noir, você deve: narrar um crime; ambientar seu enredo numa cidade grande e suja, cheia de becos escuros e inferninhos; utilizar uma atmosfera soturna e sombria, de preferência com uma fotografia sem cores e bastante contrastada; contar sua história sob a perspectiva do(s) bandido(s); retratar a polícia como uma organização com um potencial fora do comum para se corromper; ter uma femme fatale entre seus personagens, para causar o declínio do mocinho; mostrar gangues ou grupos de homens (bandidos ou mocinhos) cheios de amor e ódio para um com o outro; não ter medo de filmar violência; e ler muitos livros de Dashiell Hammett e Raymond Chandler, considerados os pais do noir.
Bem, já que você agora sabe o que é um filme noir, confira logo abaixo uma listinha bacanuda de 16 exemplares absolutamente obrigatórios deste gênero. Vale lembrar que os títulos abaixo não seguem uma ordem de importância: segundo a crítica especializada, cada um destes trabalhos sintetizam à perfeição o que o noir representou e ainda representa para a meca do cinema. E posso dizer com conhecimento de causa, já que este que vos fala, um autêntico maluco obcecado pela arte cinematográfica, já assistiu estas fitas no mínimo cinco vezes cada uma! Enfim… leia, assista e diga em voz alta: mocinho perfeito é o cacete! :-D
• O FALCÃO MALTÊS (The Maltese Falcon, 1941)
O chefão: John Huston
O caso: O detetive particular Sam Spade (Humphrey Bogart) é contratado pela misteriosa Brigid O’Shaughnessy (Mary Astor). Segundo a moça, um homem a segue insistentemente e ela quer saber porquê. Spade pede que seu parceiro siga o meliante e, na mesma noite, tanto o parceiro de Spade quanto o suposto bandido aparecem mortos. Desconfiado da sedutora mulher, Spade passa a investigá-la e descobre que foi envolvido numa absurda trama de roubo e traições, cujo pivô é uma valiosa estátua de falcão vinda da Ilha de Malta. Todos querem a estátua. Inclusive Sam Spade.
Caso encerrado: É, na opinião da crítica e do público-alvo, o melhor longa-metragem do gênero. Cheio de tensão e personagens canalhas.
• LAURA (1944)
O chefão: Otto Preminger
O caso: O policial Mark McPherson (Dana Andrews) investiga o assassinato cruel e aparentemente sem motivo da jovem publicitária Laura Hunt (Gene Tierney), morta com um tiro de espingarda no rosto. O principal suspeito é o jornalista Waldo Lydecker (Clifton Webb), amigo de Laura. Aos poucos, McPherson começa a se apaixonar pela morta (!). Certa noite, ao adormecer sobre um retrato da moça, ela reaparece (!!). A vítima, agora, ocupa o primeiro lugar da lista de suspeitos (!!!).
Caso encerrado: Um quebra-cabeças com todas as peças no lugar. E a reviravolta do meio do filme, junto com o final surpresa (hoje já defasado), deixa todo mundo embasbacado! M. Night Shyamalan? Faça-me o favor.
• GILDA (1946)
O chefão: Charles Vidor
O caso: Depois de salvar a vida do dúbio ricaço Ballin Mundson (George Macready), o malandro de coração de ouro Johnny Farrell (Glenn Ford) é contratado como sócio da boate da qual o primeiro é dono, em Buenos Aires. Johnny precisa de dinheiro e Ballin, de alguém intimidador. Então casou direitinho, e tudo corre às mil maravilhas. As coisas começam a desandar quando Ballin viaja a negócios e retorna casado com a cantora Gilda (Rita Hayworth), amante de Johnny no passado. Gilda, mulher indomável, promete transformar a vida do rapaz num inferno de proporções inimagináveis, fazendo de tudo para provocá-lo sexualmente.
Caso encerrado: Rita Hayworth, como Gilda, entregou a melhor femme fatale do cinema até hoje. E quem não se arrepia todo com o strip-tease de uma luva que a moçoila faz em dado momento da fita?
• O DESTINO BATE À SUA PORTA (The Postman Always Rings Twice, 1946)
O chefão: Tay Garnett
O caso: Na Califórnia dos anos 30, o truculento Frank Chambers (John Garfield) é contratado para trabalhar como frentista num pequeno restaurante anexo a um posto-de-gasolina de beira de estrada. Em pouco tempo, Chambers é seduzido pela sensual Cora Smith (Lana Turner), infiel esposa do dono do lugar, Nick (Cecil Kellaway). Frank e Cora começam a ter um caso, e não demora muito para que os dois pombinhos tenham a brilhante e infalível idéia de assassinar Nick para fugir com seu dinheiro…
Caso encerrado: A tela literalmente pega fogo! Não assistir usando qualquer coisa inflamável.
• O BEIJO DA MORTE (Kiss of Death, 1947)
O chefão: Henry Hathaway
O caso: O gatuno Nick Bianco (Victor Mature) é preso e, durante seu interrogatório, recusa-se a delatar um colega. Seu discurso logo muda quando descobre que sua esposa cometeu suicídio. Assim, Bianco aceita trabalhar como informante da polícia em troca da liberdade condicional, para que possa reencontrar as duas filhas que agora vivem em um orfanato. O problema é que o sádico Tommy Udo (Richard Widmark), um dos homens que Bianco ajudou a prender, foi absolvido e sabe que o outro é delator. Tommy Udo está sedento por vingança.
Caso encerrado: Se Gilda é de Rita Hayworth, O Beijo da Morte é exclusivamente de Richard Widmark, aquele tipo de sujeito que mete medo só de olhar para você. O cara era muito, muito bom!
• A DAMA DE SHANGHAI (The Lady From Shanghai, 1948)
O chefão: Orson Welles
O caso: Como forma de gratidão por ter protegido a bela Elsa Bannister (Rita Hayworth) durante um incidente, o marido inválido desta, Arthur (Everett Sloane) decide dar um emprego ao pobretão Michael O’Hara (Orson Welles) em seu iate. Mesmo com uma iminente sensação de que algo fede, O’Hara aceita o serviço. E percebe ter feito a pior burrada de sua vida ao se aproximar ainda mais da maligna Elsa e se deixar envolver por uma série de acontecimentos trágicos.
Caso encerrado: Orson Welles mutilou os cabelos longos e ruivos de Rita Hayworth para transformá-la numa loira gelada. E criou a seqüência dos espelhos, uma das cenas mais famosas da história do cinema!
• UMA VIDA POR UM FIO (Sorry Wrong Number, 1948)
O chefão: Anatole Litvak
O caso: Leona Stevenson (Barbara Stanwyck) é uma mulher rica e doente, que não consegue sair da cama e tem em seu telefone o único meio de contato com o mundo exterior. Sua vida torna-se um pesadelo quando ouve, em uma linha cruzada, um plano de assassinato a ser concretizado naquela mesma noite. Não seria algo tão alarmante se outros telefonemas não revelassem que a vítima do plano é ela mesma (!) e o assassino, seu próprio marido, Henry (Burt Lancaster), encrencado até a medula por causa de dívidas de jogo.
Caso encerrado: O filme é bastante conhecido por conta de Alfred Hitchcock, que bradou a quem quisesse ouvir que adoraria ter dirigido este filme. Preciso dizer mais? Se preciso, basta que você saiba que Uma Vida por Um Fio tem um dos finais mais aterrorizantes da história do cinema. Sim, é de dar pesadelos à noite!
• O TERCEIRO HOMEM (The Third Man, 1949)
O chefão: Carol Reed
O caso: O escritor americano Holly Martins (Joseph Cotten) viaja à Áustria a convite de seu amigo de infância, Harry Lime (Orson Welles), que prometera-lhe um emprego. Quando chega em Viena, porém, Martins recebe a notícia da misteriosa morte de Lime, ocorrida naquela mesma manhã. Chocado, desorientado e sem saber o que fazer, o escritor vaga pelas ruas da cidade e, certa noite, jura de pé junto que viu Lime de relance. Ao investigar o caso por conta própria, Martins descobre que Harry Lime está vivo e é o cabeça de um perigoso esquema de tráfico de penicilina. Martins percebe que está em uma enrascada.
Caso encerrado: De todos desta lista, sem dúvidas é o meu preferido. A cítara de Anton Karas e as expressões tristonhas da belíssima Alida Valli, somada à fotografia inspirada, tornam este longa uma experiência única.
• COM AS HORAS CONTADAS (D.O.A./Dead on Arrival, 1950)
O chefão: Rudolph Maté
O caso: O empresário Frank Bigelow (Edmond O’Brien) chega a São Francisco para se divertir por uma noite, antes que assuma de vez seu noivado com a bela Paula (Pamela Britton). Depois de uma noitada, Frank acorda na manhã seguinte e descobre que fora envenenado e tem somente 24 horas de vida! Assim, o homem empreende uma insana busca para descobrir quem o envenenou e o porquê.
Caso encerrado: História originalíssima! Uma sucessão de injustiças que faz o espectador querer morrer. Imaginem o empenho do indivíduo, mesmo tendo consciência de que seu esforço será totalmente em vão… Mais revoltante que isto, só o motivo do envenenamento. No bom sentido, claro!
• CREPÚSCULO DOS DEUSES (Sunset Boulevard, 1950)
O chefão: Billy Wilder
O caso: O endividado roteirista Joe Gillis (William Holden) esconde-se de agiotas no que parece ser uma mansão abandonada, na conhecida Sunset Blvd., em Hollywood. A mansão, entretanto, é habitada pela ex-diva do cinema mudo Norma Desmond (Gloria Swanson) e seu mordomo Max (Erich Von Ströheim). Norma transforma Gillis em seu prisioneiro e, em seguida, seu amante. A idéia da atriz é fazer com que o roteirista escreva uma história com a qual ela possa voltar aos seus dias de fama e glamour. E se isto não acontecer, cabeças vão rolar.
Caso encerrado: Talvez o único suspense noir de humor negro. Bizarro. E lindo, muito lindo. Considerado pela crítica o melhor filme da carreira do saudoso cineasta Billy Wilder.
• O SEGREDO DAS JÓIAS (The Asphalt Jungle, 1950)
O chefão: John Huston
O caso: O escroque Doc Erwin Riedenschneider (Sam Jaffe), recém-saído da prisão, contrata um grupo de pessoas desconhecidas entre si para realizar um ousado roubo milionário. A princípio, o plano até que dá certo. Mas a ganância e o egoísmo de cada um dos integrantes do bando começam a se manifestar, colocando tudo a perder.
Caso encerrado: De onde vocês acham que surgiu Cães de Aluguel? :-D
• MEU OFÍCIO É MATAR (Suddenly, 1954)
O chefão: Lewis Allen
O caso: A pequena e pacata cidade de Suddenly torna-se palco de um acontecimento trágico envolvendo a jovem e popular viúva Ellen Benson (Nancy Gates). Sua casa é invadida por um grupo de bandidos liderados pelo atirador John Baron (Frank Sinatra), que tomam a viúva, seu pai e seu filho pequeno como reféns. O motivo: o Presidente dos Estados Unidos visitará a cidade de trem, e a residência de Benson é o único lugar com uma vista boa para a estação. Cabe ao xerife Tod Shaw (Sterling Hayden) contornar a situação. Mas será que Shaw é confiável?
Caso encerrado: Frank Sinatra… como um assassino de aluguel? Yeah!
• O MENSAGEIRO DO DIABO (The Night of the Hunter, 1955)
O chefão: Charles Laughton
O caso: Harry Powell (Robert Mitchum), um matador que usa um disfarce de pastor religioso, sai da cadeia determinado a encontrar e eliminar Willa Harper (Shelley Winters) e seus dois filhos pequenos, John e Pearl. Embora ninguém saiba o real motivo da caçada que o assassino empreende, logo as coisas se encaixam: o companheiro de cela de Powell e ex-marido de Willa, Ben Harper (Peter Graves), assaltou um banco, levando consigo uma bolada em dinheiro vivo e matando duas pessoas no caminho. Antes de morrer enforcado, contudo, Harper revelou a Powell a chave para a localização do dinheiro roubado: o interior da inseparável boneca de sua filha Pearl.
Caso encerrado: O Robert Mitchum dá medo. Muito medo. E no bom sentido, que fique bem claro.
• HORAS DE DESESPERO (The Desperate Hours, 1955)
O chefão: William Wyler
O caso: A sossegada rotina da família Hilliard, comandada por Dan (Frederic March), é quebrada com a chegada de um trio de bandidos liderado pelo psicótico assassino Glenn Griffin (Humphrey Bogart). O trio, que acabou de escapar da cadeia, invade a casa e toma a família como refém, até que a namorada de um deles chegue com uma maleta recheada de dinheiro; dinheiro este que os bandidos pretendem usar para fugir. Griffin é claro em suas ordens: se ninguém cometer burradas, ninguém sairá machucado. Obviamente, muitas coisas acontecerão…
Caso encerrado: Horas de Desespero eleva ao cubo o embate psicológico entre refém e carrasco. Um duelo verbal e mental difícil de encontrar em outro filme.
• A MARCA DA MALDADE (Touch of Evil, 1958)
O chefão: Orson Welles
O caso: O policial mexicano Ramon Vargas (Charlton Heston) e sua esposa Susan (Janet Leigh) estão passando a lua-de-mel numa pequena cidade na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Um crime acontece, e Ramon, ou Mike (como costuma ser chamado), decide investigar. O problema é que um enorme obstáculo não sairá do caminho do honesto tira mexicano: o corrupto oficial americano Quinlan (Orson Welles). Quinlan, cuja especialidade é forjar provas e pistas, faz de tudo para defender aqueles que ama, por mais que estes sejam culpados. Os dois policiais entrarão em choque.
Caso encerrado: Para muitos, A Marca da Maldade é o filme que mais fez uso dos elementos característicos do noir. Irônico, sabendo que o gênero teve seu fim praticamente decretado depois desta produção. Chave de ouro!
• UM CORPO QUE CAI (Vertigo, 1958)
O chefão: Alfred Hitchcock
O caso: O detetive Scottie Ferguson (James Stewart) carrega um pesadíssimo medo de alturas, conseqüência de um trauma ocorrido quando presenciou a trágica morte de seu parceiro. Algum tempo depois do acontecido, Ferguson é contratado para seguir a bela Madeleine Elster (Kim Novak), mulher meio pancada com fortes tendências suicidas. Ferguson é envolvido num jogo doentio, envolvendo Madeleine e uma outra garota, Judy Barton (também Kim Novak), praticamente uma cópia carbono da primeira.
Caso encerrado: Alfred Hitchcock não tem substitutos. Não adianta ninguém querer chegar perto. Afinal, o cara conseguiu realizar o único filme noir a cores realmente digno de nota.
O cinema noir começou a perder força por volta do final dos anos 50, com o advento dos filmes coloridos – uma das marcas registradas do gênero era a fotografia em preto-e-branco, embora não fosse isto uma lei. Depois desta fase, surgiram muitos trabalhos que reciclaram as características da categoria, bem como filmes cujo propósito era somente homenagear o noir. Estas duas categorias são chamadas de neo-noir, que é exatamente o que é Sin City. Dentre alguns títulos neo-noir, é fácil citar coisas bacanas como 8MM, Chinatown, À Queima-Roupa, Voltar a Morrer, O Homem Que Não Estava Lá, entre outros.
Acima de tudo, o cinema noir tornou-se um divisor de águas por representar uma evolução na forma de trabalhar os filmes. O gênero, com seus exemplares de alto teor psicológico, ajudou a definir o final de um era de inocência no cinema mundial – principalmente o americano – e o início de outra era mais madura, com roteiros mais consistentes e não tão inocentes, com personagens mais complexos e não tão superficialmente definidos. Pois é, o negócio foi bom mesmo! Época de evolução e amadurecimento que, infelizmente, parece não ter mais lugar no nosso cinema de hoje. Pelo menos vivemos na era do DVD, onde isto é sanado rapidamente! Afinal, mesmo que uma série de Gisele Bündchens assaltando bancos de biquíni pipoquem na telona, sempre haverá uma Rita Hayworth esperando por você, para fazer um strip-tease tirando apenas uma luva. :-)
CINEMA NOIR
Matéria publicada originalmente em A ARCA, em 25/07/2005
Complemento do especial para a estréia do longa-metragem SIN CITY – A CIDADE DO PECADO (Sin City).